A gruta mais profunda do mundo
Uma equipa de 41 espeleólogos
encontrou a gruta com maior profundidade do mundo e descobriram ainda
novas espécies, adaptadas ao meio inóspito característico destes
locais.Situada numa pequena república do Caúcaso, na fronteira entre a
Ásia e a Europa, encontra-se Geórgia, o país onde se encontram as três
grutas mais fundas do mundo. As grutas sempre foram um mundo
desconhecido, não só pela geologia diferente que se possa encontrar, mas
também pelas novas espécies por descobrir.
Quando e onde foi encontrada a gruta mais profunda do mundo?
Em 2007, uma equipa de espeleólogos, especialistas que estudam as
cavidades naturais da terra, vulgarmente conhecidas de grutas,
encontraram uma das grutas mais profundas da terra. Após descerem o
calcário do Maciço de Arábica, na Geórgia, conseguiram penetrar a
profundidades maiores do sistema de Krubera-Vorónia, descobrindo o que
viria a ser a maior descida às profundezas da terra.
Qual a profundidade destas grutas?
Após quase um mês de expedições e mapeamento da rede subterrânea,
colhendo dados sobre temperatura, amostras de sedimentos,
microrganismos, entre outros, esta equipa especializada em exploração de
redes subterrâneas, mas também com conhecimentos em geologia, biologia e
hidrologia, conseguiu descobrir duas ramificações desta extensa rede
subterrânea, de 1775 metros e 1920 metros, respectivamente. Descobriram
ainda um poço de maior extensão, com mais de dois quilómetros de
profundidade! Neste grande poço, baptizado de “Dois Capitães“,
conseguiram descer até à espantosa profundidade de 2191 metros,
tornando-se até então, a gruta mais profunda do planeta.Apesar das
dificuldades que estes especialistas encontraram até explorar todas
estas profundezas, já sabem que este poço ainda desce até uma maior
profundidade, algo que certamente os fará tentar explorar ainda mais.
Que equipamentos são usados?
Para conseguirem descer até às profundezas da terra, é necessário, além
de muita experiência e muita coragem, algum equipamento essencial para
este tipo de expedições. Capacetes, lanternas, equipamento de escalada,
roupas impermeáveis e térmicas e todas as provisões necessárias a contar
com vários dias de expedição, como alimentação, material de
primeiros-socorros, equipamento de campismo, são apenas algum do
material necessário essencial para este tipo de exploração. Além de tudo
isto, são ainda necessários recipientes para recolher todo o tipo de
amostras e equipamento electrónico de forma a mapearem o local.
Que espécies foram descobertas?
Em profundidades tão surpreendentes, é natural que exista a expectativa
de serem encontradas novas espécies, desconhecidas até então, de forma a
enriquecer um pouco mais a ciência e a biologia. Foram quatro as
espécies que estes especialistas conseguiram encontrar nas grutas de
Krubera-Vorónia.
As espécies encontradas chamam-se colêmbolos, pequenos animais
pertencentes à família dos insectos. Desprovidos de asas, estes insectos
sofreram uma evolução de forma a não terem olhos, algo completamente
desnecessário nestes meios totalmente sem luz. Adaptaram-se ainda a
conseguir sobreviver com a escassez de alimentos e uma destas espécies
desenvolveu um pequeno órgão muito interessante, um quimiorreceptor, que
reage a sinais químicos exteriores e os ajuda a encontrar alimentos.
Os animais encontrados nestes meios, são quase sempre desprovidos de
coloração, algo que ainda não acontece com algumas das espécies
encontradas, levando os especialistas a acreditar que estes insectos
farão parte destas grutas há não muito tempo.
Para os mais curiosos, aqui ficam dois vídeos sobre a expedição à maior caverna do mundo, a Krubera-Vorónia.
Curiosidades das espécies subterrâneas
As espécies subterrâneas não deixam de impressionar, não só por serem
raras e por serem uma novidade para os especialistas e até para a
ciência, mas também pelas características impressionantes que elas
desenvolvem.
Além de não terem qualquer mecanismo de visão, são animais sem qualquer
coloração, já que isso de pouco serviria num meio tão escuro. Além
disto, os seus apêndices são desenvolvidos, como alternativa à visão que
não possuem. Estes animais têm ainda um metabolismo muito baixo,
conseguindo assim um tempo de vida muito prolongado. Outra
característica interessante é que estas espécies não têm qualquer ciclo
diário ou até anual, já que não existe dia nem noite, nem qualquer noção
de tempo.
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