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sábado, 15 de março de 2014

Deixe-se surpreender pela Mata dos Medos



 
Deixe-se surpreender pela Mata dos Medos 1 A maior parte das pessoas que moram na zona da Aroeira, Fonte da Telha, no concelho de Almada não fazem ideia da riqueza que existe à porta da sua casa: a Reserva Botânica da Mata Nacional dos Medos.
Aroeira (Pistacia lentiscus)O Parque de Merendas é talvez o sítio que melhor nos indica onde estamos, graças ao placard do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade. Porém, para descobrirmos o Centro de Interpretação, que dá apoio à Mata Nacional dos Medos (dunas formadas pelo vento, nas vizinhanças do mar), é preciso estar mais atento ao mapa.
Mas o esforço vale a pena. A simpatia dos funcionários da ICNB, que se desdobram para nos responder a todas as nossas questões, é mais que muita e motiva-nos sempre a voltar. Um bom exemplo é a possibilidade de empréstimo, em troca de um depósito monetário, de um guia de visita que as famílias podem pedir para desfrutar aquele espaço durante o fim-de-semana.
Sabina da Praia (Juniperus turbinata)A receber cada visitante estão duas espécies botânicas que tornaram aquele espaço Reserva Botânica: o povoamento centenário de pinheiros mansos (espécie que, segundo alguns, foi mandada plantar pelo rei D. João V) e o porte invulgar da sabina da praia, ou zimbro-das-areias (completamente arbóreo, algo pouco natural em arbustos).
Porém o que nos fascina mais é a aroeira e a sua folha dividida, típica das plantas do período Jurássico. Uma planta fascinante que nos leva a pensar que é bem provável que tenham na sua memória genética os dinossauros que se alimentavam dela.
Outro pormenor que torna este lugar especial e uma verdadeira fonte de silêncio é o marulhar constante, que nos leva a chegar às franjas da Arriba Fóssil e observar a costa desde o Cabo Espichel até à Costa da Caparica e, mais além, a Serra de Sintra e a mancha urbana de Lisboa, Cascais e Estoril.
Só aí nos apercebemos do quanto a civilização nos parece longe… Sem dúvida a Mata dos Medos, não nos assusta, pelo contrário fascina-nos e transporta-nos para uma Natureza distinta e, no entanto, tão perto da cidade.