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O
Parque de Merendas é talvez o sítio que melhor nos indica onde estamos,
graças ao placard do Instituto de Conservação da Natureza e da
Biodiversidade. Porém, para descobrirmos o Centro de Interpretação, que
dá apoio à Mata Nacional dos Medos (dunas formadas pelo vento, nas
vizinhanças do mar), é preciso estar mais atento ao mapa.
Mas o esforço vale a pena. A simpatia dos funcionários da ICNB, que
se desdobram para nos responder a todas as nossas questões, é mais que
muita e motiva-nos sempre a voltar. Um bom exemplo é a possibilidade de
empréstimo, em troca de um depósito monetário, de um guia de visita que
as famílias podem pedir para desfrutar aquele espaço durante o
fim-de-semana.
A
receber cada visitante estão duas espécies botânicas que tornaram
aquele espaço Reserva Botânica: o povoamento centenário de pinheiros
mansos (espécie que, segundo alguns, foi mandada plantar pelo rei D.
João V) e o porte invulgar da sabina da praia, ou zimbro-das-areias
(completamente arbóreo, algo pouco natural em arbustos).
Porém o que nos fascina mais é a aroeira e a sua folha dividida,
típica das plantas do período Jurássico. Uma planta fascinante que nos
leva a pensar que é bem provável que tenham na sua memória genética os
dinossauros que se alimentavam dela.
Outro pormenor que torna este lugar especial e uma verdadeira fonte
de silêncio é o marulhar constante, que nos leva a chegar às franjas da Arriba Fóssil
e observar a costa desde o Cabo Espichel até à Costa da Caparica e,
mais além, a Serra de Sintra e a mancha urbana de Lisboa, Cascais e
Estoril.
Só aí nos apercebemos do quanto a civilização nos parece longe… Sem
dúvida a Mata dos Medos, não nos assusta, pelo contrário fascina-nos e
transporta-nos para uma Natureza distinta e, no entanto, tão perto da
cidade. |
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